Suposto Recrutador do em Cubatão é Alvo de Investigação Internacional.
Em depoimento à Polícia Federal (PF), uma testemunha revelou que um possível recrutador do grupo libanês Hezbollah reside em Cubatão, na Baixada Santista. A informação veio à tona após um jovem de 25 anos declarar, na última terça-feira (5), que teria sido vítima de uma tentativa de aliciamento por esse recrutador. (Entenda o que é o Hezbollah mais abaixo)
A PF investiga há meses o aliciamento de brasileiros e os interesses do Hezbollah no Brasil. Desde o início do ano, um jovem do ABC Paulista é foco da Operação Trapiche, que apura atividades de recrutamento de brasileiros pelo grupo.
O advogado do investigado, Junior Dantas, da DSD – Dultra, Siqueira e Dantas Advogados Associados, informou que seu cliente, atualmente, é tratado como testemunha, mas teve itens pessoais como notebooks, celulares e dinheiro apreendidos pela PF em uma operação realizada em sua residência no começo do ano. Esses objetos ainda não foram devolvidos. Segundo Dantas, na época, pouco se sabia sobre o teor das acusações.
O processo corre em sigilo, e a última oitiva da testemunha, realizada na terça-feira (5), contou com a presença de agentes da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos.
A Tentativa de Recrutamento
Segundo a defesa, o jovem conheceu o recrutador em Cubatão durante um período em que residiu na Baixada Santista. Esse contato teria oferecido uma oportunidade de trabalho no exterior, justificando a proposta pelo fato de o jovem ter experiência em hotelaria e domínio do inglês. Após aceitar, ele seria levado ao Qatar, mas, ao invés disso, acabou no Líbano.
No Líbano, ele se deu conta do verdadeiro objetivo do recrutamento e, após se recusar a ingressar no grupo, conseguiu retornar ao Brasil com os custos cobertos pelo Hezbollah. Dantas relata que o jovem temia pela segurança de sua família, já que o grupo conhecia seus dados e o endereço de seus parentes no Brasil. A PF descobriu o caso devido a uma passagem de ida e volta para o Líbano em apenas dois dias, com escala no Qatar.
Agora, a defesa da testemunha busca proteção junto ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e à Polícia Federal.
Brasileiros e o Hezbollah
Em fevereiro, a juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, da 2ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte, aceitou denúncia contra Mohamad Khir Abdulmajid, conhecido como “Habibi”, e Lucas Passos Lima, ambos acusados de crimes previstos na Lei Antiterrorismo. A denúncia do Ministério Público Federal resultou na abertura de um processo criminal.
A decisão da magistrada também autorizou o compartilhamento de informações da investigação com inquéritos paralelos sobre contrabando, falsidade ideológica e financiamento ao terrorismo. Além disso, o caso foi desmembrado, possibilitando novas apurações envolvendo outros suspeitos na Operação Trapiche.
Lucas Passos Lima, identificado como um dos recrutados pelo Hezbollah, foi condenado a mais de 16 anos de prisão por terrorismo, com a Justiça ressaltando sua falta de vínculos financeiros no Brasil.
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