Fortes neblinas e nevoeiros obrigaram 100 paralisações na operação das balsas para garantir segurança aos usuários e tripulantes
A operação das travessias de balsas no litoral do Estado de São Paulo é fundamental para a mobilidade de milhares de pessoas diariamente. No entanto, a regularidade dessas operações pode ser impactada por uma variedade de fatores, especialmente as condições climáticas adversas. De acordo com o Centro de Controle Operacional (CCO) do Departamento Hidroviário (DH), 90% das paralisações ocorridas entre o início de julho e a primeira quinzena de agosto foram causadas por fortes neblinas e nevoeiros que afetaram as regiões das oito travessias litorâneas.
Desde julho, o litoral paulista vem sendo atingido por densos nevoeiros que cobrem toda a orla das praias e parte do mar, interrompendo até mesmo as operações do Porto de Santos, o maior da América Latina. As travessias de balsas também foram impactadas. Segundo o CCO, entre o início de julho e a primeira quinzena deste mês, foram registradas 110 paralisações de curta, média e longa duração, das quais 100 foram causadas por motivos de segurança devido à baixa visibilidade pela neblina. Desse total, 55% das interrupções afetaram as travessias Cananéia/Ariri, Cananéia/Continente e Cananéia/Ilha Comprida; 33% impactaram as travessias Santos/Guarujá, Santos/Vicente de Carvalho e Bertioga/Guarujá; e 12% ocorreram na travessia São Sebastião/Ilhabela.
“Ressaltamos a importância fundamental de garantir a segurança de todos os usuários e tripulantes nas travessias, considerando as condições climáticas adversas às quais estamos sujeitos. É imprescindível seguir os protocolos estabelecidos para evitar qualquer tipo de acidente grave. Nosso site e as redes sociais estarão integrados ao sistema de inteligência e gestão, sendo atualizados em tempo real para informar a situação operacional das oito travessias, especialmente quando as regiões do litoral paulista enfrentam nevoeiros, neblinas e outras condições climáticas” reforça a diretora do Departamento Hidroviário, Jamille Consulin.
Com a implementação do sistema de inteligência de gestão das oito travessias, que integra todos os agentes envolvidos na operação em uma única plataforma digital, as informações são atualizadas em tempo real para cada travessia. O painel é compartilhado pelos operadores e fornece dados como força da maré, interrupções por nevoeiros intensos, situação dos acessos de embarque e desembarque, e quantidade de veículos em espera, permitindo que os usuários possam planejar suas viagens e fiquem 100% informados sobre todas as condições operacionais.
Neblina x Nevoeiro
Neblina e nevoeiro são fenômenos meteorológicos que podem causar uma considerável redução na visibilidade, representando desafios para a navegação segura. Ambos resultam da presença de pequenas gotas de água suspensas no ar, mas diferem principalmente na densidade dessas gotas e na visibilidade que proporcionam. O nevoeiro é mais denso, tipicamente encontrado em áreas baixas e próximas a corpos d’água, e ocorre com maior frequência durante a madrugada e o início da manhã, reduzindo a visibilidade de forma mais acentuada. A neblina, por sua vez, é menos densa e, embora também afete a visibilidade, permite uma visão mais clara em comparação ao nevoeiro.
Essas condições adversas, comuns no litoral paulista, resultam na formação de nevoeiros, que interferem diretamente na operação das travessias de balsas, para garantir a segurança de todos.
“Esses fenômenos são resultados da combinação de diversos fatores meteorológicos, como a umidade do oceano em contato com o relevo, temperaturas ambientes mais elevadas do que o normal e a temperatura do oceano acima da média. Tudo isso acaba formando o nevoeiro no litoral do Estado de São Paulo, interferindo nas práticas marítimas”, explica o meteorologista da Defesa Civil do Estado de São Paulo, André Gomes Penaforte.
As previsões de neblinas são elaboradas e publicadas através do portal de alerta da Marinha do Brasil, seguindo protocolos estabelecidos pela entidade.
Investimentos e melhorias
Estamos atuando fortemente para garantir a melhoria dos serviços prestados aos cidadãos que utilizam as Travessias, com foco nas regiões de maior demanda. Estamos reformando estruturas de atendimento aos usuários, estações, flutuantes de atracação e balsas, para garantir, em primeiro lugar, segurança aos usuários, além de conforto e agilidade no serviço.
Em 2024, já foram entregues três embarcações reformadas e renovadas, duas que atualmente atendem a travessia Santos-Guarujá (FB-21 e FB-27) e outra que está atendendo a travessia de São Sebastião/Ilhabela (FB-28), com um investimento total de R$ 23, 4 milhões:
A FB-21 com investimento de R$ 6,8 milhões, tem capacidade para 21 veículos e 158 pedestres.
A FB-27 com investimento de R$ 8,5 milhões, tem capacidade para 216 pedestres e 44 veículos.
A FB- 28 com investimento de R$ 8,1 milhões, tem capacidade para 44 veículos e 162 pedestres.
E para este segundo semestre, o Departamento Hidroviário entregará outras três embarcações que atualmente estão em reforma, e a reforma dos atracadouros de São Sebastião e Ilhabela, com um investimento total de R$ 35,1 milhões:
A FB-30 com investimento de R$ 8,3 milhões, tem capacidade para 320 pedestres e 56 veículos.
A FB-10 com investimento de R$ 9,1 milhões, tem capacidade para 200 pedestres e 32 veículos.
Lancha Canéu com investimento de R$ 4,5 que comporta 190 pedestres.
Atracadouro de São Sebastião (Flutuante DERSA VIII), com investimento de R$ 6,9 milhões;
Atracadouro de Ilhabela (Flutuante DERSA VI), com investimento de R$ 6,3 milhões.
Travessias de balsas no litoral paulista enfrentam grandes desafios climáticos.
Artigos relacionados