InícioCubatãoMoradores e entidades ambientalistas se mobilizam contra pátio de contêineres em Cubatão.

Moradores e entidades ambientalistas se mobilizam contra pátio de contêineres em Cubatão.

Cubatão vai pagar o pato.

Pátio de Caminhões da Autoridade Portuária de Santos gera polemica e mobiliza moradores e entidades ambientalistas contra o projeto.

Cubatão, [29/07/2024] – A Autoridade Portuária de Santos anunciou planos para a construção de um Pátio de Caminhões e um Condomínio Logístico na cidade de Cubatão. O empreendimento, projetado para resolver os gargalos logísticos do porto de Santos e mitigar o impacto na cidade, está gerando polêmica devido à localização proposta ser uma área de preservação ambiental, próxima a zonas residenciais em Cubatão.

“A área destinada à construção do empreendimento é equivalente a 50 campos de futebol de área de preservação permanente (APP), além da devastação a obra vai causar muito congestionamento local, por isso a preocupação dos moradores locais e especialistas em sustentabilidade”, afirma Joelma Oliveira, uma das organizadoras do evento.

A reunião aberta a comunidade será realizada nesta quarta-feira, dia 31/07, às 19h na sede da Associação de Melhoramentos da Ilha Caraguatá para discutir o projeto e ouvir as preocupações dos cidadãos e especialistas.

Os organizadores do evento são as entidades dos bairros adjacentes aos empreendimento e que, por isso, serão duramente impactados: Associação de Melhoramentos União da Ilha Caraguatá; SOMECA – Sociedade de Melhoramentos do Jardim Casqueiro, Vila Bandeirantes e Ponte Nova; Associação de Moradores, Esportes e Lazer do Bolsão 9; Associação Comunitária da Vila dos Pescadores; Sociedade de Melhoramento do Bolsão Sete Conjunto Habitacional João Paulo II, Vila Harmonia e Associação dos Moradores do Residencial Rubens Lara.

Elas destacam no convite que foi divulgado os principais riscos associados ao projeto:

• Devastação Ambiental: A construção do Pátio de Caminhões e do Condomínio Logístico resultará na devastação de uma vasta área de preservação permanente, comprometendo a fauna e a flora locais, além de reduzir áreas verdes essenciais para o equilíbrio ecológico da região.

• Ampliação dos Alagamentos: A área proposta está próxima aos bairros do entorno, especialmente a Ilha Caraguatá, que já enfrentam problemas de alagamento. A substituição da vegetação nativa por estruturas de concreto e asfalto pode agravar os problemas de drenagem e aumentar a frequência e a intensidade dos alagamentos, colocando em risco a segurança e o bem-estar dos moradores.

• Impacto ao Meio Ambiente, à Pesca Artesanal e ao Turismo Náutico: A alteração do ecossistema local pode prejudicar a pesca artesanal, uma atividade econômica tradicional da região, e afetar negativamente o turismo náutico, que depende da preservação das áreas naturais e da qualidade das águas.

• Trânsito, Congestionamento e Poluição: A construção e operação do empreendimento podem aumentar significativamente o tráfego de caminhões e outros veículos pesados na área, resultando em congestionamentos frequentes e aumento da poluição do ar e sonora, afetando a qualidade de vida dos moradores.

• Favorecimento ao Tráfico de Drogas e à Prostituição: A localização do empreendimento em uma área residencial pode atrair atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e a prostituição, aumentando a insegurança e os riscos sociais para a comunidade local.

• Desvalorização dos Imóveis do Entorno: A presença de um grande complexo logístico e o aumento dos problemas ambientais e sociais podem levar à desvalorização dos imóveis na região, afetando economicamente os proprietários e moradores locais.

 

O evento tem, ainda, a participação de especialistas como a analista ambiental, Ingrid Maria Furlan Öberg, do ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Jeffer Castelo Branco, representando a Frente Ambientalista da Baixada Santista.

Outras organizações como a Ordem dos Advogados do Brasil e a comunidade de Cubatão também estão se mobilizando para questionar a viabilidade e a sustentabilidade do projeto. “Precisamos de soluções que equilibrem o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e a qualidade de vida dos moradores”, afirma Leandro Araújo, um dos representante da associação de moradores locais.

A atividade é aberta a todos os interessados.

 

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