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Com tiro “acidental” Major da PM mata garupa de moto, testemunha nega versão.

Um homem de 32 anos, identificado como Luan dos Santos, faleceu após ser atingido por um tiro disparado por um major da Polícia Militar Rodoviária enquanto estava na garupa de uma moto na Rodovia Anchieta (SP-150), sentido litoral, na descida para Santo, no km 61 da Anchieta, entre Cubatão e Santos. Em comunicado, a PM Rodoviária alegou que houve resistência à abordagem e que o disparo foi acidental, no entanto, um amigo da vítima negou essa versão.

 

Segundo o boletim de ocorrência, uma equipe realizava patrulhamento de trânsito preventivo na Interligação Baixada na última sexta-feira (16). A PM Rodoviária informou que os policiais estavam atuando na Operação Verão, mas a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), em nota, negou que a equipe fizesse parte dessa operação.

 

Por volta das 17h40, os policiais avistaram duas motocicletas em movimento. Uma delas estava ocupada por dois indivíduos suspeitos, enquanto a outra, uma BMW sem placa de identificação, era conduzida por um homem que posteriormente se identificou como investigador da Polícia Civil e amigo da vítima.

 

De acordo com a PM Rodoviária, os policiais suspeitaram que a dupla estivesse tentando roubar a BMW, que estava cerca de 60 metros à frente da outra moto, devido à alta velocidade e manobras arriscadas na pista.

 

Os policiais emitiram sinais luminosos e sonoros para indicar a parada, mas foram ignorados. Enquanto estavam na pista central, um dos agentes percebeu que Luan olhou para trás e sinalizou para o condutor da moto, que acelerou bruscamente e fugiu.

 

O motorista da viatura também acelerou para se aproximar novamente do veículo. O passageiro da viatura afirmou ter visto Luan colocar a mão direita no bolso direito do moletom, como se estivesse sacando uma arma. Para se proteger, o policial apontou sua arma na direção da vítima, momento em que a moto freou bruscamente. Com o movimento, a viatura também freou e o policial acabou disparando acidentalmente.O tiro atingiu o tórax de Luan. A moto parou alguns metros à frente, e Luan jogou algo no rio antes de sentar no chão. Nada ilícito foi encontrado com ele.Uma viatura do Corpo de Bombeiros que passava pelo local prestou os primeiros socorros até a chegada do resgate da Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI). Ele foi levado ao Hospital Modelo de Cubatão, onde não resistiu aos ferimentos.O condutor da moto BMW, identificado como um policial civil, relatou que era amigo da dupla. Segundo apurado, Luan era atendente de uma drogaria e estava de folga no momento do ocorrido.O piloto da moto, amigo de Luan, negou a versão apresentada pelos militares. Ele afirmou que não houve resistência à ordem de parada e que o policial disparou quando a viatura e a moto estavam paradas, não em movimento. Luan estaria desembarcando “tranquilamente” quando foi atingido.Uma perícia foi solicitada para o local, e ambas as motos foram liberadas. A arma de fogo do policial que disparou foi apreendida e encaminhada para análise pericial.O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos e encaminhado ao 5º Distrito Policial (DP).A SSP-SP ressaltou que a PM também está investigando o caso por meio de Inquérito Policial Militar (IPM). A equipe envolvida no incidente não faz parte do reforço da Operação Verão.

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