Evento reforça a importância das tradicionais festas de bairro no município.
Um final de semana recheado de eventos importantes em Cubatão e a tão aguarda Festa da Banana, tradicionalmente realizada na Vila Nova, fechou o domingo (3) com grande participação popular. De acordo com a Prefeitura Municipal, 25 mil pessoas passaram pela av. Nações Unidas no decorrer das 12 horas de festividade que contou com várias apresentações artísticas. A banda Negritude Júnior foi a grande atração da musical da festa.
O tempo firme ajudou e o calor do meio-dia ou o das 15 horas serviu como pretexto para atrair milhares de pessoas, que vinham de todos os bairros com destino à Vila Nova. O evento marcou o retorno das tradicionais festas de bairros do município. No trecho da avenida Nações Unidas entre as avenidas Nove de Abril e Nossa Senhora de Fátima foram montadas tendas e mais de 20 barracas com comidas típicas e bebidas, além de diversos brinquedos para a alegria da criançada.
Diversos empreendedores serviam pratos típicos feitos com a fruta. Na barraca ‘Mangue Steak Pub’, além do churrasco americano, uma cerveja artesanal fez sucesso: com notas de banana, a iguaria tem nome de ‘Vila Nova’ e foi criada pelo cubatense Wesley do Rosário. “É uma homenagem à minha cidade ao meu bairro”, afirmou o comerciante.
Atrações artísticas – Vários artistas da Cidade se revezaram até as 22 horas, com diversos estilos musicais, principalmente samba e pagode. Nomes como Fernandinho, Everton Andrade, Anderson Borges, Dj Fábio Walfarys, Grupo Gente do Samba, Lipão, Didi Gomes e Dj Mallik deram o tom da animação, até a subida ao palco da atração mais esperada da noite: Negritude Júnior. A famosa banda, que já teve várias formações ao longo da história, atualmente é liderada vocalmente pelo trio Nenê, Feijão e Claudinho. Eles fizeram a multidão presente viajar no tempo, passando por canções que fizeram sucesso desde a década de 80; ‘Irene’, ‘Samba da Gente’, ‘Cohab City’, ‘Beijo Geladinho’, ‘Tanajura’, ‘Amor de Elevador’ e ‘Jeito de Seduzir’. A banda também apresentou repertório novo, com destaque para a recém-lançada “Sextou”.
A Festa da Banana rompeu fronteiras. Olhando de cima do palco, a imagem era de ‘um mar gente’, ocupando são só a avenida como também as ruas laterais. Atraiu moradores de toda a Baixada, incluindo São Vicente de onde vieram Oteme Miguel, 58 anos, esposa e amigos. “Viemos neste domingo a Cubatão especialmente para a Festa da Banana, pois sabíamos que valeria a pena”.
O secretário de Governo César Nascimento destacou o sucesso da festividade. “A gente esperava que seria um sucesso, mas este evento superou nossa expectativa e vemos a família cubatense, pessoas de toda a região. A festa fomentou o comércio local e trouxe arte, cultura”, comemorou César. Além dele, vários secretários municipais estiveram presentes, além de vereadores da cidade. Um evento feito especialmente para marcar, recordar e as resgatar as peculiaridades históricas do bairro que se confundem com as do município.
Por que ‘Festa da Banana’? – A realização da ‘Festa da Banana’ tem tudo a ver com a história de Cubatão. A cidade não nasceu do polo industrial e também não é segredo que o cultivo da banana era um produto de considerável expressão da economia de toda a Baixada Santista no início do século passado. Sendo assim, houve época que em Cubatão, berço de areais e pedreiras abastecendo a construção civil, a única riqueza eram os bananais, uma predominância da atividade agrícola bem antes (e até um pouco depois) da emancipação política (Cubatão, até então, era um bairro de Santos).
Na região onde atualmente é o bairro Vila Nova existiam vários sítios. Entre manguezais e olarias, obviamente, a banana sobressaía entre as plantações. Desta atividade agrícola se constituíam as fontes de alimento que serviam para subsidiar o sustento das famílias dali e até de outras áreas. Ou seja: era um ativo propulsor na economia municipal. A história conta que as lideranças políticas naqueles tempos eram bananicultores. O primeiro prefeito de Cubatão, Armando Cunha (nos idos de 1949), inclusive era um deles.
Assim como também é verdade afirmar que a história registra que, por causa do cultivo da banana, Cubatão já teve um feriado comemorado em homenagem à especiaria rural (comemorado à época em 13 de setembro) outorgado pela Lei nº 12, de 1949 (ano de Emancipação) e revogado em 1953 (quando já se construía a Refinaria Presidente Bernardes, inaugurada em abril de 1955). E a Vila Nova fez parte dessa rica história. Como visto, o feriado acabou e o tempo passou, e aquele local, cujo cenário principal era ornado pelos bananais, numa área de quase 270 mil m² (até então chamada de lotes 14 e 15), cresceu, se desenvolveu, atraiu uma enorme população e virou um grande bairro. E continua sendo cada vez mais valorizado.
Festas de bairros – Domingo que vem (dia 10) tem mais uma destas tradicionais. Será a vez da Vila Nata, que receber a ‘Festa da Costela’, com expectativa de outro grande encontro da população dos bairros. A última das quatro previstas (Festa do Peixe) está programada pera dia 15 de outubro, na Ilha Caraguatá.
Fonte: Secom
Fotos: Thiego barbosa/Secom