Uma pesquisa realizada no litoral de São Paulo revelou que caranguejos capturados em manguezais apresentam quantidade maior de microplásticos do que a lama onde vivem. O estudo, divulgado nesta segunda-feira (22), reforça a preocupação sobre a contaminação ambiental e os riscos à saúde humana.
Em Cubatão, especialistas apontam que a realidade pode ser semelhante, já que os manguezais da cidade figuram entre os mais afetados pela poluição plástica na região, de acordo com levantamentos anteriores.
O que mostra a pesquisa
De acordo com os pesquisadores, os caranguejos funcionam como bioindicadores: ao se alimentarem de partículas presentes no sedimento, acabam acumulando microplásticos em níveis ainda mais elevados do que o ambiente em que vivem.
Esse acúmulo preocupa porque os animais estão na base da cadeia alimentar e servem de alimento para peixes, aves e até humanos.
Cubatão também pode estar em risco
Embora o estudo não tenha analisado diretamente os manguezais de Cubatão, a cidade possui condições ambientais semelhantes às áreas pesquisadas.
Em 2022, um levantamento da ONG Ecomov apontou que os manguezais de Cubatão, especialmente no Casqueiro, apresentavam o maior índice de lixo plástico por metro quadrado entre os pontos avaliados na Baixada Santista. Esses resíduos, quando se fragmentam, se transformam em microplásticos que se acumulam no ambiente e na fauna.
Além disso, estudos anteriores já registraram níveis elevados de microplásticos em estuários vizinhos, como Santos e São Vicente, indicando que todo o sistema costeiro da região sofre impactos semelhantes.
Impactos ambientais e à saúde
Os microplásticos podem causar:
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Prejuízos à fauna: dificultam a alimentação e o desenvolvimento de espécies como caranguejos, peixes e aves;
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Riscos à saúde humana: entram na cadeia alimentar por meio do consumo de frutos do mar;
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Danos econômicos: atingem atividades como pesca artesanal e turismo.