O número de pessoas presas em ações contra falsificação de bebidas alcoólicas no Estado de São Paulo subiu para 41, conforme balanço atualizado neste sábado (4) pela Polícia Civil.
As operações vêm sendo realizadas em diversas cidades, como a capital, Diadema, Santo André, Jacareí e Jundiaí, e têm resultado na apreensão de milhares de garrafas, rótulos e materiais utilizados na adulteração de bebidas.
Além das prisões, 11 estabelecimentos foram interditados de forma cautelar pela força-tarefa do Governo do Estado, criada após casos de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica e proibida em bebidas destinadas ao consumo humano.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, São Paulo já soma 162 notificações de intoxicação por metanol, sendo 14 casos confirmados e duas mortes registradas na capital. Outros 148 casos estão sob investigação, incluindo sete óbitos ainda não confirmados.
Entre os municípios com ocorrências suspeitas estão Cubatão, Santos, São Bernardo do Campo, Osasco e São Paulo, além de outras cidades da Grande São Paulo e do interior.
Situação geral
•Total de casos: 162 (14 confirmados, 148 em investigação)
•Óbitos: 2 confirmados, 7 em análise
•Municípios com registros: São Paulo (75 investigações, 11 confirmados), São Bernardo do Campo (29 investigações, 1 confirmado), Osasco (9), Santo André (7), entre outros.
•Baixada Santista: há um caso em investigação em Cubatão e outro em Santos.
Operações e resultados
•Prisões: 41 desde o início do ano, sendo 19 realizadas apenas nesta semana.
•Interdições: 11 locais fechados, entre eles bares e distribuidoras em bairros da capital (Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins, Mooca, M’Boi Mirim e Cidade Dutra) e na Grande São Paulo (Osasco, Barueri e São Bernardo).
•Suspensões: 8 estabelecimentos tiveram a inscrição estadual bloqueada, impedindo compra e venda de bebidas.
•Apreensões: 6,9 mil garrafas recolhidas desde 29 de setembro, totalizando 50 mil unidades em 2025, além de 78 mil rótulos falsificados.
Testes e fiscalização
A rede estadual ampliou a estrutura laboratorial para detectar metanol no organismo. O Laboratório de Toxicologia Analítica Forense da USP de Ribeirão Preto realiza exames com resultado em até uma hora, utilizando tecnologia de cromatografia gasosa, considerada referência na identificação da substância.
A força-tarefa estadual, composta por Polícia Civil, Secretaria da Fazenda, Procon-SP e vigilâncias sanitárias, intensificou as fiscalizações. Somente em setembro, mais de 43 mil estabelecimentos foram vistoriados em 645 municípios.
Orientações à população
A intoxicação por metanol é extremamente grave e pode causar cegueira permanente ou morte. O produto é usado em solventes e combustíveis e nunca deve estar presente em bebidas alcoólicas.
A Secretaria de Saúde recomenda:
•Evitar o consumo de bebidas de procedência duvidosa;
•Procurar atendimento médico imediato diante de sintomas como dor abdominal intensa, tontura, visão turva ou confusão mental;
•Buscar diagnóstico em até seis horas após o consumo suspeito, o que aumenta as chances de recuperação.
Canais de denúncia
Casos suspeitos podem ser informados de forma anônima pelo Disque Denúncia 181 ou pelo site da Polícia Civil (www.webdenuncia.sp.gov.br).
O Procon-SP também recebe relatos por meio do Disque 151 ou pelo site www.procon.sp.gov.br, que conta com formulário específico para denúncias relacionadas a bebidas adulteradas.
