Negócio reforça presença da estatal paulista no setor energético e inclui a Usina Henry Borden, localizada em Cubatão
A Sabesp anunciou nesta sexta-feira (4) a compra do controle da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) por R$ 1,13 bilhão. O acordo inclui a aquisição de 70,1% do capital total da companhia e marca um novo passo da estatal paulista em direção à integração dos setores de saneamento e geração de energia.
Estrutura da negociação
Segundo comunicado da empresa, a operação foi dividida em duas etapas:
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Compra de 74,9% das ações ordinárias da Emae, pertencentes à Phoenix Água e Energia, pelo valor de R$ 59,33 por ação;
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Aquisição de 66,8% das ações preferenciais detidas pela Eletrobras, por R$ 32,07 cada.
A transação ainda depende da aprovação de órgãos reguladores e de defesa da concorrência, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
De quem a Sabesp comprou
O fundo Phoenix, administrado pela Trustee DTVM e ligado ao empresário Nelson Tanure, havia adquirido o controle da Emae em abril de 2024, durante leilão que movimentou mais de R$ 1,04 bilhão. O certame contou com a participação de grupos internacionais como a EDF (França) e a Matrix Energia.
Importância estratégica e impacto em Cubatão
Com a compra, a Sabesp passa a gerir um importante ativo energético do Estado: o Complexo Henry Borden, localizado em Cubatão, nas encostas da Serra do Mar.
O complexo tem capacidade instalada de 889 MW e utiliza as águas da bacia do Rio Tietê, conduzidas pela serra até Cubatão por túneis e canais subterrâneos — um dos mais emblemáticos sistemas de geração hidráulica do país.
Além da usina cubatense, a Emae administra quatro unidades geradoras, somando 960,8 MW de potência instalada, e é responsável por importantes reservatórios como Billings, Guarapiranga, Rio das Pedras e Pirapora, além de barragens, diques e sistemas de controle de cheias do Rio Pinheiros.
Objetivos da Sabesp
Em nota, a Sabesp informou que a integração com a Emae deve reforçar a segurança hídrica da Região Metropolitana de São Paulo, permitir o uso conjunto dos sistemas Guarapiranga e Billings e fortalecer o portfólio de geração elétrica da estatal, que conta com contratos de longo prazo indexados à inflação.