InícioRegiãoVereadores da região se reúnem contra pedágio, nenhum de Cubatão participa.

Vereadores da região se reúnem contra pedágio, nenhum de Cubatão participa.

Trinta e oito vereadores de oito cidades da Baixada Santista, no litoral paulista, e do Vale do Ribeira, no interior de São Paulo, se reuniriam na tarde dessa quarta-feira na Câmara Municipal de Itanhaém para discutir a instalação de uma praça de pedágio na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega.

Participaram vereadores dos municípios de Itariri, Pedro de Toledo, Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Peruíbe e Itanhaém, este último onde o pedágio deve ser implantado.

Os parlamentares abordaram a falta de esclarecimentos por parte da Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) sobre o novo equipamento. Eles também querem mais informações sobre os trechos de duplicação, e criticam o fechamento dos acessos às marginais que seguem ao longo de toda a estrada.

O presidente do Legislativo de Itanhaém, Silvio César de Oliveira, o Silvinho Investigador, afirma que os moradores serão prejudicados, já que a rodovia corta a cidade e a divide entre Sul (lado praia) e Norte (lado morros). Atualmente, ao utilizá-la, os motoristas têm acesso a todos os bairros do município, por meio de duas marginais.

“Nós estamos buscando todo o apoio político das câmaras municipais aqui da região para que o Governo do Estado se sensibilize, recue nesse processo licitatório e ouça as cidades envolvidas”, explica Silvinho.

Durante a reunião, um grupo estendeu faixas de protesto e distribuiu a moradores que passavam pela avenida, em frente à Câmara Municipal, panfletos com críticas ao projeto.

Encontro ocorreu na Câmara Municipal de Itanhaém, onde deve ser instalado pedágio

GRUPO DE TRABALHO

Após a reunião, que durou cerca de duas horas, os parlamentares decidiram criar um grupo de trabalho, com a participação de um representante do Legislativo de cada município. Eles também vão se mobilizar para pressionar a Artesp a agendar um encontro com os vereadores.

O presidente da Câmara de Itanhaém explicou, ainda, que desde o dia 24 de junho tem encaminhado documentos à agência reguladora solicitando reuniões, e até o momento não foi atendido.

Durante o encontro desta quarta-feira, os vereadores também decidiram preparar uma moção de repúdio para ser encaminhada à Artesp. O documento será elaborado e apresentado durante sessões parlamentares em cada câmara municipal.

PRAÇA DE PEDÁGIO

A construção da praça de pedágio em trecho da estrada, na altura de Itanhaém, faz parte do projeto de concessões do Lote Rodovias do Litoral Paulista, que inclui investimentos, também, nas rodovias SP-98 (Mogi-Bertioga) e SP-88 (Pedro Eroles).

Em Itanhaém, segundo o edital, as praças de pedágio deverão ser construídas no Km 325+360 (sentido Peruíbe) e Km 326+125 (sentido Santos) da Padre Manoel da Nóbrega. A concessão da rodovia inclui a extensão que vai de Praia Grande a Miracatu, no Vale do Ribeira.

Vereadores questionam audiência pública.

Em setembro de 2019, o projeto gerou um ‘bate boca’ durante uma audiência pública na Câmara Municipal de Itanhaém, que teve de ser interrompida.

Um representante da Artesp, que participava da audiência, procurou a delegacia da cidade e registrou um boletim de ocorrência por causa da confusão.

Mesmo sem ter sido concluída, o órgão do Governo do Estado considerou a audiência válida, alegando que as sugestões sobre o projeto, enviadas por escrito, tinham sido recebidas. De lá para cá, os vereadores lutam para impedir que o processo de licitação avance. A previsão é que, em setembro, sejam abertos os envelopes com as propostas das empresas que participam.

Dória justifica pedágios.

O governador João Doria (PSDB) explicou que, das 20 melhores rodovias do país, 19 estão em São Paulo, e têm praças de pedágio. Ele também citou que a 20ª melhor estrada do Brasil é a Rodovia Presidente Dutra (SP-60), onde também há cobrança de pedágio.

Segundo o governador, não há como expandir estradas seguras, com bom asfalto, boa sinalização e serviços de segurança, se não forem pedagiadas.

“Todas as outras 18 rodovias pedagiadas de São Paulo, e são muito mais do que 18, mas daquelas que são classificadas como as melhores rodovias, aliás, da América Latina, são rodovias de padrão internacional. Quem frequenta reconhece isso. Até quem reclama do pedágio elogia a qualidade do asfalto, da sinalização, da prestação de serviço e do atendimento feito nessas rodovias de São Paulo. Mas, não há como expandir rodovias sem o pedágio. O importante é que o valor do pedágio seja justo, e que o pedágio seja cobrado por quilômetro rodado, e não indistintamente”, conclui João Dória.

Matéria :G1.

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