Nas telonas a partir desde esta quinta-feira (30), “Pedágio” (2023), dirigido por Carolina Markowicz e gravado em Cubatão, traz à vida a história envolvente de Suellen, uma cobradora de pedágio em conflito com a orientação sexual de seu filho Tiquinho. O filme tem produção da Biônica Filmes, O Som e a Fúria e Globo Filmes, e seu elenco ainda inclui Thomás Aquino, Aline Marta Maia e Isac Graça.
Com Maeve Jinkings e Kauan Alvarenga no protagonismo, o filme visa criticar questões como preconceito contra a comunidade LGBTQIA+. Entre cenas cômicas e momentos de suspense, a narrativa se desenrola, abordando temas sociais e a busca desesperada de Suellen por um tratamento “milagroso” para Tiquinho: a ‘cura gay’.
Nesta narrativa que oscila o policial, o melodrama e a comicidade, o cenário escolhido foi Cubatão, cidade referência em recuperação ecológica – e também em cultura. As filmagens destacam a imensidão da Mata Atlântica e, ao mesmo tempo, a importância das usinas, ilustrando uma paisagem que ecoa o estilo do cineasta italiano, Michelangelo Antonioni; contrastes entre intervenções urbanas e o natural.
Como tudo começou – Em novembro de 2021, a produção do longa se reuniu com gestores municipais, incluindo o prefeito Ademário Oliveira. Na época, a produtora executiva do filme, Chica Mendonça, disse que a escolha da cidade se deu pela “atmosfera única que reúne visual industrial em contraste com a natureza”. Locais como Parque Anilinas, Biblioteca Municipal, Vila São José, av. Nove de Abril, Parque Itutinga-Pilões, Caminhos do Mar e estradas de serviço da Ecovias serviram de plano de fundo para o filme. Hospedada em Cubatão, a equipe de 60 pessoas deu início às gravações no mesmo mês, seguindo protocolos sanitários vigentes de combate à Covid-19. Já atores cubatenses ainda tiveram a oportunidade de figurar.
Relevância internacional – “Pedágio” triunfou no Festival de Cinema do Rio, em 15 de outubro deste ano, levando quatro prêmios: Melhor Atriz (Maeve Jinkings), Melhor Ator (Kauã Alvarenga), Melhor Atriz Coadjuvante (Aline Marta Maia) e Melhor Direção de Arte (Vicente Saldanha).
O filme ganhou destaque internacional ao ser selecionado como um dos seis finalistas para representar o Brasil na categoria de filme internacional no Oscar. Estreando no Festival de Toronto e marcando presença no Festival de San Sebastián, o filme conquistou reconhecimento global, com a diretora sendo a primeira brasileira a receber o Tribute Awards, uma honraria no Festival de Toronto. Carolina Markowicz também foi premiada no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro pela sua estreia em “Carvão” (2022) e indicada para representar o Brasil no Goya, uma prestigiada premiação europeia.