A vereadora Jaque Barbosa (PSD), única mulher no Legislativo de Cubatão, obteve 1.492 votos na eleição realizada no último domingo (6), ficando como a 11ª mais votada. Apesar da expressiva votação, Jaque não conseguiu garantir a reeleição devido às regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que envolvem o cálculo dos quocientes eleitoral e partidário, além das chamadas “sobras”.
A regra eleitoral exige que, além da quantidade de votos, os partidos e coligações alcancem o Quociente Eleitoral (QE) e o Quociente Partidário (QP) para definir as vagas. No caso de Cubatão, o QE foi de 4.578 votos, enquanto o QP determinou a distribuição das cadeiras entre os partidos. O PSD, partido de Jaque e do prefeito eleito César Nascimento, garantiu sete vagas, mas ela ficou na suplência, deixando a cidade sem nenhuma mulher na Câmara.
Jaque havia quebrado um tabu em 2020, quando foi eleita com 1.282 votos. Antes dela, a última mulher a ocupar uma cadeira na Câmara de Cubatão foi Nêga Pieruzi, que faleceu e fez história no município ao exercer quatro mandatos legislativos.
Mesmo com o resultado, Jaque expressou gratidão e refletiu sobre o futuro: “Apesar de ser a 11ª mais votada desta eleição, não foi possível assumir uma das 15 cadeiras na Casa. Tivemos mais que o dobro da votação do último vereador eleito. Creio e aceito que os planos de Deus são melhores. A nossa luta continua! Não vão nos calar”, declarou a um portal de noticias da região.
Os cálculos dos quocientes e sobras indicaram que o último vereador eleito pelo sistema de sobras, Ivan Hidelbrando (PSDB), garantiu sua vaga com uma média de 4.916 votos, enquanto Jaque atingiu 2.599,13, o que a colocou na posição de suplente.
Assim, Cubatão inicia a nova legislatura sem a presença feminina no parlamento, uma situação que reforça o debate sobre a representatividade política de mulheres no município.