A Prefeitura de Cubatão, parlamentares e a sociedade civil se posicionaram contra a instalação de um pátio regulador de caminhões na Ilha do Tatu, área de preservação ambiental que a Autoridade Portuária de Santos (APS) deseja utilizar para o empreendimento. A rejeição foi reforçada na última quinta-feira (20), durante o lançamento da ‘Frente Parlamentar em defesa dos ninhais de guará-vermelho’, na Câmara Municipal. Participaram do Evento o provocador, Deputado Estadual Paulo Correia Jr, o prefeito César Nascimento, o ex-prefeito prefeito Ademario da Silva Oliveira, vereadores, sociedade civil e representantes da Autoridade Portuária. A ausencia do Deputado Estadual Caio França, seu assessor Rodrigo Alemão e os vereadores do PSB foi notada.
O ex-prefeito Ademário Oliveira destacou a necessidade de proteger Cubatão dos impactos desse projeto. “As riquezas ficam em Santos, e para Cubatão sobra apenas o ônus. Não podemos aceitar que o desenvolvimento econômico aconteça à custa da vida das pessoas”, afirmou.
Falta de diálogo e proposta alternativa
Um dos principais pontos debatidos foi a ausência de diálogo entre a APS e o município. Diante disso, foi criada uma comissão para pressionar por uma audiência pública sobre o projeto, exigindo que ela aconteça em Cubatão, e não em Santos, como deseja a APS.
Para demonstrar que a cidade não é contra o desenvolvimento, a Prefeitura ofereceu uma alternativa: um terreno de 1 milhão de m² no Polo Industrial, já licenciado para esse tipo de empreendimento. O prefeito César Nascimento foi enfático: “Enquanto eu estiver na Prefeitura, gastarei toda minha energia para impedir que esse pátio seja instalado na Ilha do Tatu”.
Posicionamento da Autoridade Portuária
Sidnei Aranha, representante da APS na reunião, defendeu o projeto e criticou a resistência ao empreendimento. “As pessoas precisam entender os conceitos básicos da questão ambiental e evitar o ‘santuarismo’: que entre o desenvolvimento econômico e a preservação inconteste, sempre se opte pela preservação inconteste”, afirmou. Segundo ele, áreas de preservação permanente não são intocáveis e que compensações ambientais podem permitir a execução do projeto. “Quem vai dizer se a intervenção é drástica ou não será um estudo ambiental”, pontuou.
Ausência justificada
A reunião também foi marcada pela ausência de figuras políticas importantes no debate. O deputado estadual Caio França (PSB), seu assessor Rodrigo Alemão e os vereadores do PSB, Marcinho e Guilherme do Salão, não compareceram.
Procurado, Caio França não respondeu. O vereador Marcinho não justificou sua ausência, enquanto a assessoria de Guilherme do Salão informou que os vereadores estavam em uma agenda com mães na Escola Estadual Lincoln, a pedido de Caio França. Rodrigo Alemão, candidato a prefeito derrotado na eleição passada, também esteve nessa agenda e não participou da reunião sobre o pátio.
