Uma menina de 11 anos faleceu após receber medicação para tratar furúnculos no Pronto-Socorro (PS) do Jardim Rio Branco, na Área Continental de São Vicente. A família suspeita de erro médico e cobra explicações sobre o ocorrido.
Caso está sendo investigado
Alessandra Rebeca da Silva Sousa, de 11 anos, deu entrada no PS no sábado (15) após se queixar de dores causadas por furúnculos nas axilas. A mãe, Alice Maria de Sousa Silva, de 29 anos, relata que a filha foi atendida por uma médica, que recomendou compressas e prescreveu Benzetacil. Como o medicamento não estava disponível, foi aplicado Diclofenaco injetável.
Horas depois, Alessandra apresentou uma forte reação alérgica, com febre e vermelhidão pelo corpo. Retornando ao hospital, um outro médico informou à mãe que Diclofenaco não deveria ser aplicado em crianças. A menina recebeu adrenalina e antialérgico e, após melhora aparente, voltou para casa.
Durante a noite, Alessandra passou mal novamente, com febre e inchaço. Foi acionada uma ambulância e a criança foi levada ao hospital, onde recebeu mais doses de medicação e oxigênio. Com a piora do quadro, exames foram realizados, e novas alterações surgiram nos resultados.
Quadro agravado e morte
No domingo (16), o estado de saúde da menina se agravou. Com dificuldade para urinar, os médicos tentaram colocar uma sonda sem sucesso e optaram pelo uso de fraldas. Segundo a mãe, Alessandra ficou sonolenta devido à quantidade de medicação e começou a apresentar confusão mental.
Na madrugada de segunda-feira (17), os médicos alertaram sobre a necessidade de intubação. Pouco depois, Alice foi informada que sua filha não resistiu e faleceu às 7h38.
Investigação e questionamentos
O corpo da menina foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde exames indicaram a presença de pus no pulmão, fígado e rins, além de uma grande quantidade de substâncias medicamentosas no organismo. Um pedaço do pulmão foi enviado para exames mais detalhados em São Paulo.
Alice afirma que a unidade de saúde não entregou os exames da filha e já acionou um advogado para processar o hospital. “Levei minha filha por um furúnculo, e agora preciso de respostas. Só quero justiça”, desabafou a mãe.
A Prefeitura de São Vicente informou que o caso está sendo rigorosamente investigado.